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Reportagem

Petrobras reajusta preço da gasolina pela quinta vez no ano, em meio a troca de comando

Desde janeiro, combustível acumula alta de 41,3%. Diesel e gás de cozinha também terão novo aumento

Gasolina e diesel: nova alta dos preços Foto: Gustavo Stephan / Agência Globo

RIO — A Petrobras vai reajustar os preços da gasolina novamente nesta terça-feira. Será o quinto aumento no ano, levando a uma alta acumulada desde janeiro de 41,3%. O reajuste segue a ordem de Roberto Castello Branco nos seus últimos dias à frente da empresa para manter paridade. O executivo fica na empresa até o dia 20 de março.

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O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará a ser de R$ 2,60 por litro, refletindo um aumento de R$ 0,12 por litro, ou 4,8% a partir de amanhã.

Por sua vez, o preço médio de venda de diesel para as distribuidoras passará a ser de R$ 2,71 por litro, refletindo um aumento médio de R$ 0,13 por litro. É uma alta de 5,03% . No caso do diesel, é o quarto aumento no ano. Com isso, o combustivel acumula variação de 34,1%.

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Foto: Arte O Globo

O anúncio dos reajustes ocorre alguns dias após o presidente Jair Bolsonaro informar que vai destitutir Roberto Castello Branco do comando da Petrobras. Bolsonaro anunciou a decisão em 19 de fevereiro.

A gota d'água teria sido a alta dos combustíveis, sobretudo do diesel, que afeta os caminhoneiros, base de apoio do presidente. Antes do reajuste divulgado nesta segunda-feira, o anúncio anterior de alta de preços pela Petrobras fora justamente no dia 19 de fevereiro.

Castello Branco porém ficará no cargo até os acionistas da empresa aprovarem, em Assembleia Geral Extraordinária, o nome do general Joaquim Silva e Luna, indicado por Bolsonaro para substituir Castello Branco. A assembleia ainda não tem data marcada.

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Gás de cozinha

Pátio de distribuidora de gás de botijão:`Petrobras anuncia novo reajuste Foto: Pablo Jacob / Agência Globo/29-5-2018

Além do diesel e da gasolina, a Petrobras também vai reajustar nesta terça-feira o preço médio de venda de GLP (gás de botijão) para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 3,05 por kg (equivalente a R$ 39,69 por 13 kg),  refletindo um aumento médio de R$ 0,15 por kg (equivalente a R$1,90 por 13 kg).

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Rumores de que a estatal iria aumentar os preços começaram na última quinta-feira, após a estatal divulgar o seu balanço financeiro, quando registrou lucro recorde no quarto trimestre.

Ao comentar os resultados financeiros da empresa com analistas do mercado, Castello Branco mandou um recado a Bolsonaro, usando uma camisa com os dizeres "Mind the gap" (em tradução livre, "atenção à defasagem").

O presidente Bolsonaro tem se queixado publicamente sobre a política de preços da Petrobras.Nesta segunda-feira, o governo baixou um decreto para elevar imposto sobre bancos e, assim, zerar R$ 3,6 bilhões de tributos sobre diesel e gás de cozinha.

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, deve deixar o cargo, após desagradar a Bolsonaro com reajustes de combustíveis. Ele foi indicado por Guedes Foto: AFP

Depois do anúncio da saída de Castello Branco,  na última sexta-feira, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, colocou o cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro. No início da semana, Brandão teve uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, quando manifestou o desconforto em permanecer no cargo, depois dos rumores de que Bolsonaro queria substitui-lo.

A situação de Brandão está delicada desde janeiro, quando ele anunciou um plano de reestruturação do banco, com o fechamento de 361 agências em vários municípios  e programa de demissão voluntária. A medida desagradou Bolsonaro, que pediu a cabeça do executivo.

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Espaço para mais altas

Apesar do aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras, especialistas dizem que ainda há espaço para mais altas, já que os preços no Brasil estão menores que os cobrados no exterior.

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Há espaço para mais altas, já que os preços dos combustíveis no Brasil estão menores que os cobrados no exterior, dizem especialistas.

Segundo Sergio Araújo, presidente da Abicom, associação que reúne os importadores de combustíveis, os preços vendidos pela estatal ainda estão abaixo da paridade. Segundo suas contas, a defasagem média na gasolina é de 7%  e de 3% no diesel. 

— Os reajustes eram necessários, devido aos preços no mercado internacional e ao câmbio. Nós esperávamos o anúncio de reajustes maiores, pois ainda temos defasagens — disse Araújo.

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No caso do gás de botijão (GLP), a defasagem, segundo empresas do setor, há uma defasagem de 15%. Há espaço, destacou "para repasse de mais R$ 7,30 por cada botijao de 13kg", destacou essa fonte.

— A empresa segurou os preços por muito tempo. E quando o mercado começou a pressionar e os custos começaram a aumentar, a companhia decidiu reajustar de uma forma elevada em um curto período, gerando toda essa crise pública - disse uma fonte do setor.

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Na opinião do presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello, o reajuste é natural. No ano, o GLP acumula alta de 3% para o consumidor final:

ROSA, Bruno. Petrobras reajusta preço da gasolina pela quinta vez no ano, em meio a troca de comando. O Globo, 01, março de 2021. Economia. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/petrobras-reajusta-preco-da-gasolina-pela-quinta-vez-no-ano-em-meio-troca-de-comando-24903943>. Acesso em: 17, março de 2021.  

Resenha

Reajustar para frear reajustes

A reportagem “Petrobras reajusta preço da gasolina pela quinta vez no ano, em meio à troca de comando” por Bruno Rosa, publicado no site O Globo, revela dados bem explicativos em relação aos constantes reajustes no preço da gasolina, do diesel e até do gás de cozinha. De modo geral, são alarmantes as instabilidades no setor energético que afetam diretamente o povo brasileiro, em meio ao atual e crítico cenário pandêmico.​

Além disso, são apresentados na reportagem supracitada, os responsáveis de tal situação e indicações de especialistas, que tentam alertar sobre um futuro agravante. Sendo assim, é notório que problemas institucionais, estruturais e administrativos erguem os reajustes tão comuns no Brasil.

Nota-se também, a extrema importância de todo cidadão questionar os motivos do aumento dos preços de produtos tão usuais como os combustíveis. Tendo em vista que a gasolina do Brasil (um país ainda em desenvolvimento) está entre as 30 mais caras do mundo, a discrepância no poderio social é e será cada vez mais nítida.

Segundo informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço da gasolina no Brasil envolve a gestão federal e estadual, a política estrutural dos impostos, a administração de custo e lucro. Ou seja, em suma, é urgente que se façam as devidas e incisivas articulações nessas áreas descritas, para uma possível melhora econômica e social em todo o país, uma vez que não é impossível frear essa alarmante questão.

Lara Gomes Rodrigues

Thamiris Santana 

3º TB

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