top of page

Reportagem

Mesmo durante a pandemia, indústria brasileira de dispositivos médicos recua.

Pesquisa da ABIMO explica que queda está relacionada com uma série de fatores

A pandemia fez, inevitavelmente, o setor de saúde crescer. Como forma de combate ao vírus, uma série de produtos e serviços tiveram uma circulação ainda maior no mercado, a indústria farmacêutica apresentou um salto e inúmeras tecnologias foram desenvolvidas em prol do setor. No entanto, apesar do aumento considerável, até mesmo dentro da saúde a crise econômica se fez presente: a indústria de dispositivos médicos brasileira recuou 4,5%.


De acordo com o relatório de 2020 da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO), houve déficit de 3,85 bilhões para a indústria de dispositivos médicos, com relação ao ano anterior.


“Levando em conta a cotação do dólar médio do último ano, o valor da produção de dispositivos médicos caiu 27%, entre 2019 e 2020, algo difícil de compreender diante da situação atual, na qual esses dispositivos são fundamentais no auxílio do combate às mazelas da pandemia de Covid-19”, ressalta Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO.


Um terreno pouco investigado em território nacional


Com a valorização do dólar em relação ao Real, o setor nacional tinha expectativa de apresentar crescimento. No entanto, a indústria passou por dificuldades para a produção nacional, visto que o mercado ainda é tradicionalmente ocupado por produtos importados, um resultado de políticas tributárias e comerciais. Sendo assim, ainda que a demanda pelos produtos fosse a mesma que o período pré-pandemia, não houve tanto incentivo para a produção do mercado brasileiro, o que gerou um déficit ainda maior.


As pesquisas da ABIMO sempre mostraram que a balança de exportação e importação dos dispositivos médicos sempre foi desigual, visto que as a compra de produtos do exterior acaba superando a venda de produtos nacionais. Contudo, Fraccaro destaca que 2020 foi um ano atípico: “Foi registrado déficit de US$ 3,85 bilhões, quase 6% a mais que os US$ 3,64 bilhões de 2019. O resultado consolidado do ano passado é decorrente de importações no valor de US$ 4,61 bilhões, contra US$ 760,6 milhões de exportações. As aquisições do exterior aumentaram 6,35%, enquanto as vendas aos mercados estrangeiros cresceram mais de 9%, no mesmo período.”


A indústria de dispositivos médicos já era uma questão cara a alguns países da Europa e Ásia, também para os Estados Unidos. Há alguns anos, eles têm considerado reduzir a dependência de cadeias globais — e para que isso ocorra, é necessário investir na indústria nacional. O Brasil, diz Fraccaro, segue na contramão: “Por aqui, a forma desigual e onerosa com que são tributados os produtos nacionais ao serem vendidos a hospitais e instituições filantrópicas, amplia a competitividade dos importados”.


Matéria-prima e insumos mais caros


É interessante perceber, entretanto, que mesmo em um momento crítico de necessidade de dispositivos médicos, como a pandemia, o setor brasileiro ainda apresentou queda, sobretudo pelo aumento dos custos de insumo e matérias-primas.


O motivo para esse encarecimento dos materiais também está relacionado à desvalorização do real frente ao dólar estadunidense. Dessa forma, a produção acaba encarecida, o que resulta em um déficit de vendas. Para compensar, é preciso reavaliar o lucro.


“Grande parte dessa pressão sobre os custos não pôde ser repassada aos preços e, consequentemente, as margens de lucro têm ficado ainda mais estreitas em diversos segmentos. No curto prazo, essa situação afeta o caixa das empresas. No médio e longo, ficam comprometidas a capacidade de investimento, bem como a sobrevivência dos negócios”, ressalta Fraccaro.

Mesmo durante a pandemia, indústria brasileira de dispositivos médicos recua. Vilela, Luiza, 15/04/2021. Disponível em: < https://www.consumidormoderno.com.br/2021/04/15/industria-dispositivos-medicos-recua/> acesso em: 17/04/2021 ás 15:19

Resenha 

O cenário da indústria de dispositivos médicos

A reportagem da autora Luiza Vilela mostra como apesar da atual pandemia do Covid-19, a indústria de dispositivos médicos recua no Brasil em cerca de 4,5% em relação ao ano passado, havendo um déficit de 3,85 bilhões de dólares de acordo com a indústria de artigos e equipamentos médicos  odontológicos (ABIMO).


De acordo com a matéria a valorização do dólar em relação ao real deveria ter impulsionado a indústria de dispositivos médicos. Porém visando que a maioria dos produtos no mercado são importados, não houve incentivo para a produção no mercado brasileiro.


Países da Europa, Ásia e também os EUA estão investindo nesse mercado visando a independência sobre esses produtos, nosso país segue no caminho oposto Fraccaro (superintendente da ABIMO) cita: “Por aqui, a forma desigual e onerosa com que são tributados os produtos nacionais ao serem vendidos a hospitais e instituições filantrópicas, amplia a competitividade dos importados”. 


A alta no valor das matérias primas, consequência da valorização do dólar, encarece o valor dos produtos, adicionados á competição com produtos importados faz com que haja um grande déficit nas vendas. 

Emiliano Groppo Rodriguez

Gabriel Comper dos Santos

Matheus Juan Carrion de Oliveira

Pablo Willems Ordonez de Souza

3º TB

bottom of page