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Reportagem

Por que é importante conservar o solo?

Técnicas de cultivo mínimo e plantio direto são práticas comuns entre os empreendedores do campo.

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Darci José da Silva: Engenheiro agrônomo e assessor Técnico do SindiTabaco

Esta quinta-feira, 15 de abril, é o Dia Nacional da Conservação do Solo, data criada para reflexão e conscientização da importância da correta utilização da terra e o debate sobre como evitar sua degradação. Os empreendedores do campo adotam cada vez mais as práticas conservacionistas por perceberem os benefícios, que vão desde o aumento na fertilidade e valorização da propriedade agrícola até a redução na necessidade de mão de obra.  

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Para explicar sobre a importância de cuidar bem do solo, o blog Empreendedores do Campo entrevistou o engenheiro agrônomo e assessor Técnico do SindiTabaco, Darci José da Silva. Ele fala sobre as vantagens das técnicas de conservação, os tipos de práticas mais importantes e o levantamento anual realizado pelo SindiTabaco, que mostrou a crescente aplicação de técnicas conservacionistas nas propriedades produtoras de tabaco.  

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Para o produtor rural, quais as vantagens de aplicar técnicas de conservação do solo? 

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Darci Silva: O solo, assim como a água, são bens naturais preciosos e constituem um patrimônio de inestimável valor para a sobrevivência da humanidade. Ambos são recursos finitos e deterioráveis se inadequadamente utilizados. No caso mais específico dos solos, um dos fatores que mais ameaçam a sua integridade e preservação é a erosão. Existem vários tipos de erosão, mas a mais preocupante é erosão hídrica, provocada pelas chuvas torrenciais e enxurradas, podendo resultar em grandes perdas de solo e de sua capacidade produtiva. De forma concomitante favorece o aporte de sedimentos no leito dos rios, causando assoreamento e contaminação das águas. Além disso gera ainda a degradação dos ecossistemas, estando associada às questões ambientais, econômicas e sociais, fundamentos imprescindíveis para a promoção da sustentabilidade. É nesse momento que surge a necessidade imperiosa do uso das práticas conservacionistas, as únicas capazes de assegurar a produção agrícola sustentável, de modo a permitir que as futuras gerações recebem um legado potencialmente protegido para a crescente demanda global por alimentos. 

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Um estudo recente da FAO demonstra que cerca de 33% das áreas agrícolas do mundo apresentam algum grau de degradação. Ora, isso já não é mais admissível numa civilização que se considera avançada no uso de tantas tecnologias. Os solos mais suscetíveis à erosão estão situados nas regiões tropicais e subtropicais do globo, onde ocorrem chuvas mais intensas e frequentes, temperaturas mais elevadas e dias mais longos. Esses solos precisam ser protegidos de forma permanente e terem sua superfície sempre coberta, tanto por meios dos cultivos agrícolas comerciais, quanto através dos cultivos de cobertura do solo durante os períodos de intervalo entre as safras. 

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Assim, práticas tradicionais como lavração e discagem do solo já são consideradas ultrapassadas. As ações sustentáveis requerem o mínimo de mobilização do solo e substituição dos métodos tradicionais por outros como o Cultivo Mínimo e, principalmente, o Plantio Direto na Palhada. É imprescindível implantar os cultivos de cobertura como forma de produzir a biomassa para ser transformada em palhada de proteção do solo. Eventualmente, em solos ainda compactados pelos sistemas convencionais, uma boa subsolagem é recomendada e, dependendo dos resultados da análise periódica do solo, agregar uma calagem para corrigir a sua acidez.

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Quais os tipos mais importantes de práticas conservacionistas do solo? 

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Darci Silva: Atualmente são os cultivos de cobertura para formação de palhadas, os quais, através do seu sistema radicular abundante, promovem a restruturação do solo, melhorando as suas características físicas e biológicas. Solos protegidos por palhada minimizam os impactos da erosão e permitem uma infiltração mais eficiente da água no seu perfil, suavizando os efeitos das estiagens. Complementarmente, também é indispensável o plantio em nível (contorno) e a implantação dos cultivos de cobertura sobre “camalhões altos de base larga”, comprovado através de estudos da Embrapa com importante prática conservacionista. Dependendo da declividade do solo a ser cultivado, o uso de terraços continua sendo um método necessário e recomendado. 

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Qual a técnica de cultivo mais apropriada para a lavoura de tabaco? 

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Darci Silva: Entendo que não devemos recomendar tecnologias isoladas. A preservação do solo e a produção sustentável são alcançadas com mais êxito por meio do uso de práticas integradas – plantio em nível, cultivos de cobertura e plantio direto na palhada. 

Além do aspecto conservacionista, esses procedimentos geram redução de outras operações nas lavouras, promovendo diminuição da demanda de mão de obra e a consequente redução dos custos de produção. Como resultado, amplia-se o potencial de aumento da rentabilidade na produção de tabaco e também em outros cultivos comerciais subsequentes.

 

O SindiTabaco faz o levantamento anual do uso de técnicas conservacionistas nas propriedades produtoras de tabaco. Quais os resultados percebidos nos últimos anos? 

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Darci Silva: O SindiTabaco realiza esse levantamento junto às suas associadas e estas coletam os dados com seus produtores integrados, com abrangência sobre os três Estados do Sul. Esse tipo de estatística teve início em 2007 e foi realizado anualmente até 2011. A partir desse período o levantamento foi temporariamente interrompido, tendo retornado em 2014 e com a periodicidade de dois anos. 

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Quando o trabalho foi iniciado, o sistema Convencional de preparo e manejo do solo era utilizado em 83% das lavouras de tabaco. A partir daí e graças aos avanços tecnológicos desenvolvidos pelas áreas de Pesquisa e Assistência Técnica das empresas associadas, esse cenário foi sendo transformado. Em 2014 os procedimentos conservacionistas (Cultivo Mínimo e Plantio Direto) já representavam 65% das áreas de produção de tabaco. E esse processo evolutivo não parou por aí, tendo alcançado a marca de 76% segundo o último levantamento feito em 2020. A próxima etapa de avaliação desse programa será em 2022.

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Stülp Kroth, Eliana. Porque é importante conservar o solo?. Portal do Agronegócio. 14 de abril de 2021. Disponível em: https://www.portaldoagronegocio.com.br/agricultura/outros/entrevistas/por-que-e-importante-conservar-o-solo

Resenha

Vantagens da conservação do solo

  Com o passar dos anos as pessoas tem pensado cada vez mais em sustentabilidade e economia, e um dia antes do Dia Nacional da Conservação do Solo (15 de abril) o site Portal do Agronegócio publicou a reportagem “ Porque é importante conservar o solo? ”, que traz maneiras de preservar a fertilidade, valorizar a propriedade agrícola e até mesmo diminuir os custos.

  O solo, assim como a água, são bens naturais preciosos e constituem um patrimônio de inestimável valor para a sobrevivência da humanidade, porém, ambos são finitos principalmente se não forem conservados de forma adequada. Um estudo recente da FAO demonstra que cerca de 33% das áreas agrícolas do mundo apresentam algum grau de degradação. O engenheiro agrônomo e assessor Técnico do SindiTabaco, Darci José da Silva, explica que uma das coisas que mais degradam o solo é a erosão causada pelas chuvas torrenciais e enxurradas, que acontecem com mais frequência nas áreas tropicais e subtropicais do globo, podendo diminuir sua capacidade produtiva e ainda contaminar a agua dos rios.

  Com o avanço das tecnologias, continuar com a pratica tradicional de cultivo é inadmissível, ultrapassado e caro, uma das maneiras de diminuir a erosão do solo é o plantio direto na palhada. É imprescindível implantar os cultivos de cobertura como forma de produzir a biomassa para ser transformada em palhada de proteção, e as ações sustentáveis requerem o mínimo de mobilização do solo então eles devem ser protegidos de forma permanente e terem sua superfície sempre coberta.

  A vantagem desse tipo de cultivo não é só a proteção que ela favorece, mas também a reconstrução do solo, já que ela reduz a compactação do solo e perda de nutrientes, tendo em vista que com o tempo o solo perde suas propriedades e fertilizantes químicos são caros e poluentes. Além de que os solos protegidos por palhada minimizam os impactos da erosão e permitem uma infiltração mais eficiente da água no seu perfil, suavizando os efeitos das estiagens. Enfim, o agricultor que opta pela inovação e sustentabilidade não tem nada a perder.

Esther dos Santos Silva

3° TB

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